segunda-feira, 22 de março de 2010

Encontro!


Amei poucas mulheres,

Mas teu semblante sempre me acompanhou,

Viveste sempre em meu sonho,

Linda como sempre foste,

Quando a vi não tive dúvidas,

Era o que eu procurava,

Fui te buscar muito longe,

Lá tu me aguardavas,

Para o altar foi muito rápido.

A ânsia era tremenda,

Nossas filhas logo vieram,

Lindas, com toda benção,

Cresceram junto com o nosso amor,

E nos dão muitas alegrias,

Até hoje são amadas e não tem nome complicado,

São simplesmente Bruna e Paula,

Eu ainda quis assentar Ana, não de prontidão!

Ou até mesmo Maria, mas perdi a batalha,

Ficou simplesmente Paula, nada de Maria.



Autor: Ricardo Athayde

sexta-feira, 12 de março de 2010

Canção

No desequilíbrio dos mares,

as proas giram sozinhas...

Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos

sem desespero e sem desgosto,

e morri de infinitas mortes

guardando sempre o mesmo rosto.

Quando as ondas te carregaram

meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento.

Cecília Meireles

Deficiências


“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou um apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralitico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam da sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce.

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

“Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus.

“A amizade é um amor que nunca morre.”

Mário Quintana
(Escritor Gaúcho: 30/07/1906 – 05/05/1994)

Verdadeiro Amor

De onde emerge tanta força?

De onde nasce tanta coragem?

De onde brota tanta ternura?

De onde transborda tanto carinho?

Certamente é conhecido meu,

coração que conheço há 30 anos,

que sempre me amou ,

é mãe de minhas filhas,

bate no peito de Ana Maria,

é só podia ser no de Donana,

meu verdadeiro amor.



João Pessoa, 15/12/2009

Autor: Ricardo Athayde Nóbrega


quinta-feira, 4 de março de 2010

Fim de verão

Às águas já não estão tão límpidas,
O sol já não nos castiga com tanta força,
O céu já não tem aquele brilho de anil,
O vento teima de mudar a todo instante,
Os barcos já não cortam as águas com harmonia,
Até mesmo as canoas com velas coloridas, não jogam mais redes
e não pescam mais a Tainha e o Camurin,
Os bares da orla fecharam suas portas,
Cadê os guarda-sóis coloridos que ornamentavam toda a praia,
Cadê aquela multidão de conhecidos,
É ficaram poucos, simplesmente eu e você Ana Maria,
Que nunca me abandonou.


Ricardo Athayde Nóbrega
João Pessoa, 14/02/2010