segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobe e desce das ondas do mar!


PEÇO AO GARÇON MAIS UM UÍSQUE, PARA EU ADIMIRAR OS BARCOS DE TAMBAÚ

POIS A BELEZA REINA POR TODO LUGAR,

NOITE CLARA, SENTADO EM UM BOTECO DA ORLA MARINHA,

FICA NA MINHA CABEÇA O BARULHO RITIMADO DAS ONDAS DO MAR.

FICO A ADIMIRALOS, SÃO LINDOS DE UMA BELEZA SEM IGUAL,

DE TODAS AS CORES, PANO DE VELA SÓ SE O MOTOR QUEBRAR,

SEMPRE SEGUINDO O BALANÇO DAS ONDAS MARINHAS,

NÃO PERDEM, NUNCA O SOBE E DESCE DAS ONDAS DO MAR.

SÃO PEDRO, SÃO SEBASTIÃO, SÃO PAULO E SÃO JUDAS TADEU,

BATIZAM OS BARCOS COM NOME DE SANTO PRA PROTEÇÃO NO ALÉM-MAR,

NUNCA PODERIA ESQUECER A IEMANJÁ, RAINHA DOS MARES,

PESCADORES, HÉROIS E INGENUOS, GRANDES HOMENS DO MAR,

COM O RITMO CADENCIADO DOS BARCOS E ONDAS, OLHANDO O CÉU ESTRELADO,

SIMPLESMENTE EU AO “CAMINHO DE CASA” POR BAIXO DE UMA GAMELEIRA,

A NEGRITUDE DA NOITE COM O VENTO AGRADAVEL QUE BRINDAM TODA ORLA,

SEMPRE ME VEM CABEÇA O BARULHO AGRESSIVO NA MURETA, DAS ONDAS DO MAR.

AOS REGENTES PEÇO! A TODOS OS SANTOS E A JESUS,

A QUEM TENHA O DIREITO DE MUDAR,

PRÁ EU CHEGAR A MINHA CASINHA, NÃO APAGEM ESTA AQUARELA,

COM FUNDO MUSICAL DAS PANCADAS DAS ONDAS DO MAR

JOÃO PESSOA, 23 DE MAIO DE 2010
(Sugestão: Leia o poema também da última frase para a primeira que continua com o mesmo sentido)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PRECISA-SE DE UM AMIGO!


Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimentos.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem imprescindível, que seja de segunda mão.
Não é preciso que seja puro, ou todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Pode já ter sido enganado ( todos os amigos são enganados).
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar aquelas que não puderam nascer.
Deve amar o próximo e respeitar a dor que todos levam consigo.
Tem que gostar de poesia, dos pássaros, do por do sol e do canto dos ventos.
E seu principal objetivo de ser o de ser amigo.
Precisa-se de um amigo que faça a vida valer a pena, não porque a vida é bela, mas por já se ter um amigo.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Carlos Drummond de Andrade