sábado, 9 de outubro de 2010

O LAÇO E O ABRAÇO!

(Mário Quintana)

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o
laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de
braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido,
em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum
pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Barquinhos de Tambaú


Música ( Ricardo Athayde / Adilson Medeiros)
Voz: Adilson Medeiros

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobe e desce das ondas do mar!


PEÇO AO GARÇON MAIS UM UÍSQUE, PARA EU ADIMIRAR OS BARCOS DE TAMBAÚ

POIS A BELEZA REINA POR TODO LUGAR,

NOITE CLARA, SENTADO EM UM BOTECO DA ORLA MARINHA,

FICA NA MINHA CABEÇA O BARULHO RITIMADO DAS ONDAS DO MAR.

FICO A ADIMIRALOS, SÃO LINDOS DE UMA BELEZA SEM IGUAL,

DE TODAS AS CORES, PANO DE VELA SÓ SE O MOTOR QUEBRAR,

SEMPRE SEGUINDO O BALANÇO DAS ONDAS MARINHAS,

NÃO PERDEM, NUNCA O SOBE E DESCE DAS ONDAS DO MAR.

SÃO PEDRO, SÃO SEBASTIÃO, SÃO PAULO E SÃO JUDAS TADEU,

BATIZAM OS BARCOS COM NOME DE SANTO PRA PROTEÇÃO NO ALÉM-MAR,

NUNCA PODERIA ESQUECER A IEMANJÁ, RAINHA DOS MARES,

PESCADORES, HÉROIS E INGENUOS, GRANDES HOMENS DO MAR,

COM O RITMO CADENCIADO DOS BARCOS E ONDAS, OLHANDO O CÉU ESTRELADO,

SIMPLESMENTE EU AO “CAMINHO DE CASA” POR BAIXO DE UMA GAMELEIRA,

A NEGRITUDE DA NOITE COM O VENTO AGRADAVEL QUE BRINDAM TODA ORLA,

SEMPRE ME VEM CABEÇA O BARULHO AGRESSIVO NA MURETA, DAS ONDAS DO MAR.

AOS REGENTES PEÇO! A TODOS OS SANTOS E A JESUS,

A QUEM TENHA O DIREITO DE MUDAR,

PRÁ EU CHEGAR A MINHA CASINHA, NÃO APAGEM ESTA AQUARELA,

COM FUNDO MUSICAL DAS PANCADAS DAS ONDAS DO MAR

JOÃO PESSOA, 23 DE MAIO DE 2010
(Sugestão: Leia o poema também da última frase para a primeira que continua com o mesmo sentido)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PRECISA-SE DE UM AMIGO!


Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimentos.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem imprescindível, que seja de segunda mão.
Não é preciso que seja puro, ou todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Pode já ter sido enganado ( todos os amigos são enganados).
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar aquelas que não puderam nascer.
Deve amar o próximo e respeitar a dor que todos levam consigo.
Tem que gostar de poesia, dos pássaros, do por do sol e do canto dos ventos.
E seu principal objetivo de ser o de ser amigo.
Precisa-se de um amigo que faça a vida valer a pena, não porque a vida é bela, mas por já se ter um amigo.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 22 de março de 2010

Encontro!


Amei poucas mulheres,

Mas teu semblante sempre me acompanhou,

Viveste sempre em meu sonho,

Linda como sempre foste,

Quando a vi não tive dúvidas,

Era o que eu procurava,

Fui te buscar muito longe,

Lá tu me aguardavas,

Para o altar foi muito rápido.

A ânsia era tremenda,

Nossas filhas logo vieram,

Lindas, com toda benção,

Cresceram junto com o nosso amor,

E nos dão muitas alegrias,

Até hoje são amadas e não tem nome complicado,

São simplesmente Bruna e Paula,

Eu ainda quis assentar Ana, não de prontidão!

Ou até mesmo Maria, mas perdi a batalha,

Ficou simplesmente Paula, nada de Maria.



Autor: Ricardo Athayde

sexta-feira, 12 de março de 2010

Canção

No desequilíbrio dos mares,

as proas giram sozinhas...

Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos

sem desespero e sem desgosto,

e morri de infinitas mortes

guardando sempre o mesmo rosto.

Quando as ondas te carregaram

meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento.

Cecília Meireles

Deficiências


“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou um apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralitico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam da sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce.

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

“Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus.

“A amizade é um amor que nunca morre.”

Mário Quintana
(Escritor Gaúcho: 30/07/1906 – 05/05/1994)

Verdadeiro Amor

De onde emerge tanta força?

De onde nasce tanta coragem?

De onde brota tanta ternura?

De onde transborda tanto carinho?

Certamente é conhecido meu,

coração que conheço há 30 anos,

que sempre me amou ,

é mãe de minhas filhas,

bate no peito de Ana Maria,

é só podia ser no de Donana,

meu verdadeiro amor.



João Pessoa, 15/12/2009

Autor: Ricardo Athayde Nóbrega


quinta-feira, 4 de março de 2010

Fim de verão

Às águas já não estão tão límpidas,
O sol já não nos castiga com tanta força,
O céu já não tem aquele brilho de anil,
O vento teima de mudar a todo instante,
Os barcos já não cortam as águas com harmonia,
Até mesmo as canoas com velas coloridas, não jogam mais redes
e não pescam mais a Tainha e o Camurin,
Os bares da orla fecharam suas portas,
Cadê os guarda-sóis coloridos que ornamentavam toda a praia,
Cadê aquela multidão de conhecidos,
É ficaram poucos, simplesmente eu e você Ana Maria,
Que nunca me abandonou.


Ricardo Athayde Nóbrega
João Pessoa, 14/02/2010